Sefarditas (em hebraico ספרדים, sefaradi; no plural, sefaradim) é o termo usado para referir aos descendentes de judeus originários de Portugal e Espanha. A palavra tem origem na denominação hebraica para designar a Península Ibérica (Sefarad, ספרד ). Utilizam a língua sefardi, também chamada judeu-espanhol e “ladino”, como língua litúrgica.
Estes judeus de Sefarad possuíam tradições, línguas, hábitos e ritos diferenciados dos seus irmãos asquenazitas que habitavam a Europa Central e Europa de Leste.
Em 1495, Manuel I ascendeu ao trono português. Embora tenha sido visto pela primeira vez como amigo da população judaica, Manuel queria se casar com a filha de Ferdinand e Isabella, a infanta de Aragão. Como parte do contrato de casamento, os governantes espanhóis insistiram em que Manuel copiasse suas críticas aos judeus de Portugal.
Em 5 de dezembro de 1496, o Rei Manuel ordenou a expulsão de todos os judeus que não se converteriam ao catolicismo. Alguns partiram, mas, quando a política entrou em vigor, o Rei vacilou e até tentou atrasar a partida dos judeus, realizando até conversões forçadas no centro de Lisboa, onde 20.000 judeus foram reunidos em um pátio e mergulhados em água batismal, tornando-se “novos cristãos”.
Apesar da conversão, os “novos cristãos”enfrentaram limitações de direitos e ameaças a sua segurança. Em 1506, uma multidão de Lisboa invadiu um dos antigos bairros judeus da cidade e massacrou cerca de 3.000 pessoas – incluindo mulheres e crianças. Este massacre é lembrado por um monumento do lado de fora da Igreja de São Domingos, invocando um espírito de tolerância no lugar do fanatismo.
Este massacre provocou uma onda migratória para muitos continentes, alguns destes “novos cristãos” escolheram o Brasil como seu novo lar, exemplos são os sobrenomes Bicudo, Bezerra, Dantas, Dias, Fernandes, Fonseca, Henrique de Carvalho, Holanda, Leme, Proença Coelho, Ximenes, dentre muitos outros.
Hoje, Portugal não dá mais azo a intolerância, e desde 2015 concede aos descendentes dos Judeus Sefarditas a nacionalidade portuguesa, condição esta que jamais deveriam ter perdido.
Para encaminhar o processo de nacionalidade há 3 fases. A primeira é o estudo genealógico, no qual se consegue identificar o antepassado judeu sefardita que migrou de Portugal e sua descendência. O segundo é a obtenção do certificado passado por uma comunidade judaica em Portugal, de que a genealogia procede. O terceiro passo, reunidos todos os documentos necessários é o encaminhamento do pedido de nacionalidade na Conservatória.
Esta nacionalidade pode ser transmitida aos filhos e ao cônjuge do descendente, desde que cumpridos certos requisitos legais. Para saber mais, entre em contato conosco!